image by MagdaMontemor
passando na rua. óculos escuros.
simples coisa de quem não quer ser visto
só olhar
vi sem ver uma mancha numa parede suja a tempo. vi.
voltei atrás. óculos escuros em riste
era um homem. seguramente era. a mancha na parede tinha volume
um volume difícil. de tão triste.
sem nenhum desrespeito disparei. instante registado
e agora. dona disso. dessa dor.
- fujo dela como? para que lado?
simples coisa de quem não quer ser visto
só olhar
vi sem ver uma mancha numa parede suja a tempo. vi.
voltei atrás. óculos escuros em riste
era um homem. seguramente era. a mancha na parede tinha volume
um volume difícil. de tão triste.
sem nenhum desrespeito disparei. instante registado
e agora. dona disso. dessa dor.
- fujo dela como? para que lado?
para fora da solidão, mesmo junto da esquina da fraternidade..
ResponderEliminarBj.
Numa imagem profundamente tocante, uma infinita tristeza tão nítida, em cada palavra do texto reflito sobre essa dor, contemporânea: a solidão tão humana.
ResponderEliminarum beijo
emmy della-porther
"manchas na parede"... retalhos de um tempo de abandono.
ResponderEliminardores que se colam a alguns olhares e que falam de uma cegueira colectiva.
solidões que vivem pelos passeios da cidade e solidões que se escondem entre paredes.
(e os óculos escuros a disfarçar o orvalho dos olhos e da alma)
Beijo terno
um registo magnífico de um estado de alma - ou duas solidões que se cruzam num único registo
ResponderEliminarBELÍSSIMO de pungente
.
um beijo
esqueci.me de referenciar a imagem com que abres o blogue - matafórico auto.retrato ( magnífico )
ResponderEliminar.
outro beijo
A melancolia do cotidiano urbano captada por versos. Tão, ou mais tocante que a fotografia.
ResponderEliminarUm abraço!
Vive-se em desertos. Rodeados de pés e alicerces, não nossos.
ResponderEliminarA dor, essa partilha-se com quem gostamos, para que a ternura escorra: como um rio.
Bjinho
Anseia-se pela saída, pelo eu renascido. Um abraço
ResponderEliminarV.D.
Muito obrigado pela constância da presença. Eu vou tentar voltar. De lá, do fundo das movediças areias. Até à beira Rio.
ResponderEliminarBeijos. M
Que nos inunde, caríssima!
ResponderEliminarV.D.